É possível uma reinfecção pelo coronavírus? Essa é uma questão que tem intrigado os cientistas. Outras dúvidas: por quanto tempo o nosso corpo, uma vez infectado, consegue produzir anticorpos contra a doença? Quanto tempo o corpo consegue se manter imunidade contra o novo coronavírus?
Sobre a possibilidade de reinfecção, a questão veio à tona quando pacientes do Japão e Coreia do Sul testaram positivo para a Covid-19 após supostamente terem sido curados. O Brasil também tem registros parecidos.
Vamos explicar melhor sobre isso ao longo do texto. Acompanhe!
A verdade é que o mundo está aprendendo aos poucos com o novo coronavírus. Trata-se de uma doença nova, que de uma hora para outra afetou o mundo inteiro. A rapidez com que isso aconteceu pegou todo mundo desprevenido.
Poucos meses depois do início da pandemia, a comunidade médica já tem muitas certezas sobre a infecção. Mas também muitas dúvidas. Uma das mais intrigantes é a possibilidade de reinfecção.
Afinal, é possível ou não que pacientes curados da Covid-19 voltem a manifestar a doença?
Compreender como os pacientes se comportam até a alta é uma das questões-chave dessa história, pois isso tem o potencial de modificar as políticas públicas adotadas até o momento.
Alguns cientistas de renome, como Anthony Fauci, líder da força-tarefa contra o coronavírus dos Estados Unidos e um dos maiores especialistas do mundo em doenças infecciosas, aponta que a possibilidade de reinfecção é remota.
Numa entrevista para o programa The Daily Show, do canal da televisão americana Comedy Central, ele afirmou: “Se esse vírus age como qualquer outro que conhecemos, uma vez que você é infectado e se recupera, cria uma imunidade que protege de futuras infecções por esse mesmo agente”.
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A família coronavírus possui vários integrantes, que preferem atacar animais como bois, galinhas e morcegos. O que se sabe sobre doenças nos animais é que o vírus tem, sim, capacidade de retornar e causar a mesma doença mais de uma vez.
Por outro lado, segundo estudos, tudo leva a crer que esse risco de um bate e volta com o Sars-Cov-2 é bem baixo. Basta levar em conta que já são mais de 1 milhão de casos no mundo todo e ao redor de 100 relatos não confirmados de reinfecção em três países.
“As análises também indicam que o novo coronavírus não possui uma alta taxa de mutações, o que certamente é importante”, afirma o imunologista Eduardo Finger, diretor do Laboratório de Pesquisa Experimental do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.
São coisas diferentes. A reinfecção ocorre em indivíduos que se livram totalmente do coronavírus e adquirem novamente a Covid-19 por meio do contato com outra pessoa doente.
Já a reativação se dá quando o indivíduo já se curou da doença, porém as partículas do vírus que normalmente permanecem no organismo sofrem uma alterações que voltam a se tornar ativos.
Ambas as suposições ainda estão sendo estudadas pelos cientistas.
Os exames pelos quais foram identificados as reinfecções foram realizadas pelo teste PCR (sigla em inglês para reação em cadeia de polimerase), atualmente o padrão ouro para se detectar o vírus.
Essa técnica rastreia a presença de pequenos trechos do código genéticos do vírus em amostras de um paciente.
O que se sabe é que pessoas que receberam alta após o tratamento para Covid-19 continuam excretando pedaços do coronavírus, o que daria um resultado positivo num teste como esse.
Isso poderia ser entendido como reinfecção quando, na verdade, trata-se de uma infecção primária que não se resolveu totalmente. É o que defende o virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
Muitos países preferiram adotar o chamado efeito rebanho, que é quando o máximo de pessoas são infectadas, adquirindo assim imunidade contra a doença. Porém, como não há um consenso da comunidade científica sobre a possibilidade de reinfecção, ainda não dá para relaxar as medidas de prevenção.
Até o presente momento já são mais de 50 mil mortes pela Covid-19 somente no Brasil, e quase meio milhão em todo o mundo.
Enquanto a comunidade médica estuda questões como a reinfecção pelo coronavírus, resta a todos nós seguirmos ao máximo as recomendações de prevenção da OMS. Leia também: Cuidados no delivery: como evitar infecção pelo coronavírus? Veja!
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