Você sabia que o dia 4 de junho é o Dia Mundial Contra a Agressão Infantil? Sim, essa data existe e é necessária.
Um assunto tão delicado, importante e infelizmente ainda tão comum. A agressão infantil assume diversas formas além da física, englobando também aspectos psicológicos e sexuais e cerca de 80% dos casos acontecem onde a criança deveria estar segura: em casa.
A infância é o período de formação do ser humano, por isso deve ser vivida em um ambiente saudável emocionalmente para um bom desenvolvimento. A partir dela são criadas as memórias que irão formar o seu caráter, guiando sua conduta e, inegavelmente, será reproduzida na vida adulta.
Por isso é importante o alerta para que cada pessoa aja em prol dessa causa, cuidando das crianças e adolescentes, pois elas representam o futuro do mundo. Este é um direito humano assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Para saber mais sobre esse assunto e como você é importante nesse processo, continue lendo a matéria.
As denúncias são anônimas e podem ser feitas de todo o Brasil. Basta ligar gratuitamente para o número 100.
Identificando a agressão infantil
Bater nunca deve ser uma opção. A melhor forma de educar é sempre por meio do diálogo e exemplo. Desde os primeiros anos de vida crie o hábito que conversar sobre as consequências do que a criança faz.
Mostrar a ela sentimentos de decepção por ela ter agido errado é mais eficaz, pois desperta o sentimento de empatia e faz ela entender que aquilo não pode se repetir.
Ao bater, os pais – ou cuidadores – perdem o controle sobre suas próprias emoções e machucam fisicamente a criança. A não repetição daquela má atitude deve ser guiada pela compreensão dos fatos e não pelo medo. E pior: ela tem grandes chances de se tornar um agressor no futuro, replicando o modo como foi criada.
Agressão física
A mais fácil de ser identificada. Dependendo do grau pode levar à morte da criança. Sinais a serem observados:
- hematomas;
- vermelhidões;
- partes do corpo lesionadas ou fraturas.
Negligência e abandono
A negligência ocorre quando há omissão em prover cuidados básicos como:
- vacinação;
- alimentação;
- educação;
- higiene;
- afeto e atenção.
O abandono, além de incluir os itens acima, se dá pelo abandono parcial ou total, deixando de se responsabilizar pela criança, deixando-a sem cuidados de ninguém. Fique atento aos sinais:
- alimentação inadequada;
- vacinas em atraso;
- baixo crescimento;
- falta de higienização corporal, dentre outros.
Agressão psicológica ou emocional
Silenciosa e difícil de identificar. Geralmente é acompanhada de outros tipos – como a física – ela ocorre por meio de humilhações, xingamentos e rejeição. Fique atento se notar:
- problemas no sono;
- na fala;
- carência afetiva;
- isolamento social;
- baixo conceito de si mesmo;
- dificuldades na escola.
Violência Sexual
Práticas sexuais sem consentimento, se utilizando da autoridade perante a criança. Pode ser cometida por pessoas desconhecidas, mas geralmente os abusadores são familiares ou pessoas próximas ao ciclo familiar da criança – avós, tios, irmãos, pais, mães, padrastos, madrastas, vizinhos, amigos da família dentre outros.
Exploração sexual comercial: uso do corpo da criança e do adolescente para fins lucrativos.
Fique atento e tome atitudes se notar:
- ISTs – infecções sexualmente transmissíveis;
- inchaço nas genitálias;
- falta ou baixo controle de xixi ou cocô;
- dores na barriga;
- cólicas;
- criança passa a ter medo do escuro, pesadelos, mal estar com o próprio corpo e se sente suja.
Como agir nesses casos
Mesmo que o combate pelo fim da agressão infantil seja difícil, não se pode deixar de lutar. Ao menor sinal, sob hipótese alguma ignore a situação ou espere passar.
A criança ou adolescente muitas vezes não consegue contar o que vem ocorrendo. Os motivos são os mais variados, medo, vergonha ou dúvida. Fique sempre atento ao comportamento da criança, se há mudanças como tristeza, raiva e vontade de se isolar.
Aos poucos vá sondando até que a criança se sinta à vontade para compartilhar o que vem acontecendo. Nessa hora controle a emoção e se esforce para ouvir com a mente aberta e sem julgamentos. O principal é mostrar que você está disposto a resolver o problema em vez de punir a criança pelo ocorrido.
Que fique claro: os sinais mencionados acima precisam ser avaliados sob um amplo ponto de vista. Se existe a suspeita de qualquer tipo de agressão infantil, é um dever denunciar para o Conselho Tutelar discando o número 100.
Provado que a criança é vítima de maus tratos, a guarda da criança vai para o parente mais próximo. O agressor é punido recebendo pena que pode variar de dois meses a quatro anos. Se houve morte, a condenação varia de 4 a 12 anos.
Não hesite em denunciar. Para saber o telefone do Conselho Tutelar mais perto de sua casa, disque 100. A ligação é gratuita e anônima. Faça a sua parte.