Embora os efeitos nocivos do uso do cigarro sejam amplamente divulgados, fumar ainda é um hábito de muita gente. E com a chegada do novo coronavírus os fumantes têm uma nova preocupação, pois fazem parte do grupo considerado de risco.
O uso do tabaco é causa direta e provoca o agravamento de complicações de dezenas de outras doenças, principalmente as doenças cardiovasculares isquêmicas (insuficiência vascular periférica, derrame cerebral e infarto miocárdico), doenças respiratórias (enfisema e bronquite) e diversos tipos de câncer.
O consumo do tabaco é a principal causa de câncer de pulmão e importante fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
O fumante é acometido com mais frequência de infecções como traqueobronquites, pneumonias, sinusites e tuberculose, do que os não fumantes. O motivo é que o tabaco deixa as mucosas das vias aéreas inflamadas e prejudica os mecanismos de defesa naturais do organismo.
O tabagismo agrava os sintomas
Embora a Covid-19 seja uma doença recente e por esse motivo não haja evidências concretas sobre sua relação com o tabagismo, um número grande de pacientes em estado grave têm histórico de fumante.
Análise publicada na China, dos primeiros casos da Covid-19, apontou que a doença teve índice de gravidade maior entre o grupo de fumantes. Além disso, estudos indicam que houve uma porcentagem maior de óbitos entre fumantes do entre os pacientes que não fumavam.
Outra preocupação relevante diz respeito ao aumento na possibilidade de contágio, uma vez que o fumante leva as mãos ao rosto e à boca durante o ato de fumar. E as mesma podem ter tocado superfícies contaminadas e não estarem devidamente higienizadas.
Os cigarros eletrônicos (também chamados de vape, são dispositivos eletrônicos para fumar alimentados por uma bateria de lítio) apresentam o mesmo problema.
Posicionamento da Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma declaração pública, no último dia 11, alertando que mais de 8 milhões de pessoas morrem todos os anos ao redor do mundo em decorrência do uso do tabaco.
Mais de 7 milhões são decorrências diretas e cerca de 1,2 milhão morrem em decorrência do fumo passivo.
A OMS reforçou que o fumante possui maior probabilidade de desenvolver o quadro grave da Covid-19.
A instituição também se posicionou contra estudos favoráveis ao uso de substâncias como a nicotina no tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus.
Mesmo não se referindo ao estudo francês que defende o uso da propriedade no tratamento, a OMS alerta que esse tipo de recomendação precisa ser feita com extremo cuidado, e mediante testes e com resultados confirmados por instituições que possuam credibilidade a nível internacional.
O estudo francês foi publicado diretamente na internet e não em uma revista científica, que é o que costuma ser feito. Ao ser submetido ao crivo de uma publicação, o estudo é analisado cientificamente para que se tenha certeza de que o trabalho foi conduzido sob métodos científicos.
Leia mais:
- Conjuntivite e coronavírus: qual a relação entre eles?
- 7 doenças respiratórias mais comuns em circulação neste momento
Os números do tabagismo no Brasil
As entidades de saúde alertam para a necessidade de combater o consumo do cigarro. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) divulgou estudo que mostra que o Brasil gasta por ano cerca de R$ 57 bilhões de reais com despesas médicas e perda na capacidade produtiva relacionadas a doenças causadas pelo fumo.
Ao passo que, ainda segundo o estudo, o país arrecada R$ 13 bilhões em tributos por ano com a indústria do cigarro. O significa que há, pelo menos, um rombo de R$ 44 bilhões anualmente. Todos os dias, 428 pessoas morrem em decorrência do tabagismo no Brasil.
Mais do que nunca, essa é a hora de deixar de ser um fumante!Essa informação foi útil para você? Continue navegando pelo nosso blog para ler mais conteúdo relacionado ao tema. Leia também outro destaque: Cigarro: está na hora de parar