Se alguém perguntar a você o que é o transtorno bipolar, qual a primeira coisa que vem à sua mente? Emoções fora de controle? Alucinações? Choro fora de hora? Tristeza ou euforia repentinas?
Se a sua resposta foi ‘sim’ a pelo menos uma das perguntas, parabéns! Você sabe identificar algumas manifestações da doença. E esse é o primeiro passo para buscar ajuda especializada.
Principalmente se você tem experimentado essas sensações com frequência ou identificou alguém próximo que está passando por isso. Continue a leitura para saber o que é o Transtorno Bipolar, como ele afeta a vida e por que é importante falar sobre as doenças mentais. Vamos começar?
Atenção: este é um conteúdo meramente informativo e não substitui a avaliação de um profissional da saúde.
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O que é o Transtorno Bipolar?
Os altos e baixos da vida envolvem sentimentos e sensações perfeitamente normais. Tristeza, angústia, raiva, excitação, intensa alegria e euforia desencadeados por eventos específicos. Assim como chegam, vão embora naturalmente.
No caso do Transtorno Bipolar, essas sensações são potencializadas ao ponto de trazer prejuízos no trabalho, na vida escolar, nas finanças e nos próprios relacionamentos sociais e afetivos. E os ciclos de humor podem durar dias, semanas e até meses!
O que se sabe sobre os transtornos bipolares é que eles estão altamente associados à alterações das funções do cérebro, causando um transtorno cerebral que provoca mudanças incomuns em termos de humor, energia, intensidade de atividades e também na capacidade de executar tarefas comuns do dia a dia.
São de quatro tipos:
1. Transtorno Bipolar I – ou Mania
Quando a pessoa alterna entre episódios depressivos e mania – felicidade exagerada, euforia extrema, muita energia, agitação, irritabilidade, agressividade, delírios e paranoia.
Pelo menos 3 ou 4 desses sintomas geralmente duram em média 1 semana e causam muitos problemas à pessoa acometida, fazendo com que ela necessite de internação hospitalar.
2. Transtorno Bipolar II – ou Hipomania
Na hipomania os sintomas são parecidos com os de mania, mas são mais leves e não afetam tanto a vida diária da pessoa.
São notados: intensa sociabilidade, impulsividade, pouca necessidade de sono, impaciência, energia aumentada. São sintomas que duram pelo menos 4 dias, o que torna a identificação mais difícil. Depressão e hipomania – sem quadro de mania – é o que classifica o tipo 2.
3. Depressão Bipolar
Sintomas de infelicidade, pessimismo e de irritabilidade que duram pelo menos 2 semanas. Pode persistir por anos.
Quando e como o transtorno se manifesta?
O que se sabe até agora é que possivelmente o Transtorno Bipolar tem raiz hereditária. Então o primeiro episódio pode se manifestar ainda na adolescência ou no início da vida adulta, com sinais sutis e até confusos, que passam despercebidos como sintomas da doença. Confira os sintomas:
Depressão
- tristeza profunda;
- apatia;
- desinteresse por atividades prazerosas;
- isolamento social;
- alterações de sono e de apetite;
- redução significativa da libido;
- dificuldade de concentração;
- cansaço;
- sentimentos recorrentes de inutilidade;
- culpa excessiva;
- frustração e falta de sentido para a vida;
- esquecimentos;
- ideias suicidas.
Mania
- intensa euforia;
- pouca necessidade de sono;
- descontrole de ideias;
- compulsão para falar;
- aumento significativo da libido;
- irritabilidade e impaciência crescentes;
- comportamento agressivo;
- mania de grandeza;
- delírios e alucinações em casos severos.
Como buscar ajuda?
Procurar um psicólogo ou um médico psiquiatra é o primeiro passo quando há a preocupação com os sintomas vividos que caracterizam o que é o transtorno bipolar.
Vale também uma conversa franca com pessoas próximas e de confiança sobre a situação para que elas saibam como ajudar caso seja necessário. Uma pessoa com Transtorno Bipolar vai lidar com a doença enquanto viver, mas sendo acompanhada, medicada e com uma boa rede de apoio é possível viver com qualidade.
Como ajudar um amigo ou familiar?
Conhecer e entender a doença para poder compreender os sintomas já ajudam a não levar as crises como ofensas pessoais. Paciência é a palavra-chave nesse caso. Se faz necessária uma intervenção junto ao médico para evitar consequências piores ou internação – em episódios de mania.
Tratamento
Normalmente o tratamento dura por muito tempo, podendo se estender por anos. Uma equipe de especialistas, composta por psicólogos, psiquiatras e neurologistas, é necessária para um acompanhamento eficaz.
O uso de medicamentos controlados é importante para equilibrar a química que envolve a atividade cerebral e sessões de psicoterapia.
Precisamos falar sobre transtornos mentais
As consequências de doenças não tratadas pode levar ao suicídio. Por isso é muito importante entender que não há vergonha em pedir ajuda quando se sentir solitário ou quando perceber que seus pensamentos e ações estão causando prejuízos pessoais e/ou profissionais.
Essa bandeira, sobre a gravidade das doenças mentais, precisa ser levantada. Assim como o corpo precisa ser tratado, a mente merece atenção para que se viva uma vida com mais qualidade.
E setembro é o mês escolhido para a Campanha Nacional de Prevenção ao Suicídio. As consequências dos transtornos psicológicos pode tornar a vida um fardo difícil de carregar para quem sofre com isso. Por isso o Setembro Amarelo, que é trabalhado durante todo o ano, ganha mais força no mês de setembro para a conscientização das pessoas sobre o assunto. Confira o vídeo que elaboramos sobre este assunto clicando aqui.
Caso precise conversar com alguém imparcial e de fora do meio que você vive, ligue para o 188. É o número do CVV – Centro de Valorização da Vida, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio. O atendimento é grátis, confidencial por telefone, e-mail e chat e funciona 24 horas por dia em todo o território nacional.