A doação de órgãos ou de tecidos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas.
A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser feita em vida.
Para a doação de órgãos de pessoas falecidas, somente após a confirmação do diagnóstico de morte cerebral que são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.
O que é a morte encefálica?
É a interrupção irreversível das atividades cerebrais, causada mais frequentemente por traumatismo craniano, tumor ou derrame. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando este morre, significa a morte do indivíduo.
Fases do Processo de Doação de Órgãos
Como funciona o processo de doação de órgãos? Se existe um doador em potencial, vítima de acidente com traumatismo craniano ou derrame cerebral (AVC), com confirmação da morte cerebral e autorização da família para a doação, a função dos órgãos deve ser mantida artificialmente.
A Central de Transplantes inicia os testes de compatibilidade entre o doador e os receptores, que aguardam em lista de espera.
Quando existe mais de um receptor compatível, a decisão sobre quem receberá o órgão passa por critérios previamente estabelecidos como: tempo de espera e urgência do caso.
A Central de Transplantes emite uma lista de potenciais receptores para cada órgão e comunica aos hospitais e às equipes de transplantes responsáveis pelos pacientes.
As equipes de transplantes, junto à Central de Transplantes, adotam as medidas necessárias – meio de transporte, cirurgiões e equipe multidisciplinar – para viabilizar a retirada dos órgãos.
Os órgãos são retirados e os transplantes realizados.
Como fazer a doação no momento da morte de um familiar
Um dos membros da família ou responsável pode manifestar o desejo de doar os órgãos e tecidos ao médico que atendeu o paciente. Pode também entrar em contato com a Central de Transplantes, que tomará as providências necessárias.
Como é a cirurgia para retirada dos órgãos?
A cirurgia para retirada dos órgãos é como qualquer outra, e todos os cuidados de reconstituição do corpo são obrigatórios pela Lei n° 9.434/1997.
Após a retirada dos órgãos, o corpo fica como antes, sem qualquer deformidade. Não há necessidade de sepultamentos especiais. O doador poderá ser velado e sepultado normalmente.
Doação após a morte
Poucas pessoas sabem, mas se você quiser se tornar um doador, a atitude mais importante é informar esse desejo a seus familiares uma vez que, após sua morte, eles decidirão sobre a doação.
Posso doar órgãos em vida?
É possível também a doação entre vivos, no caso de órgãos duplos como por exemplo o nosso rim. No caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que apenas uma parte do órgão do doador poderá ser transplantada no receptor.
O “doador vivo” é considerado uma pessoa em boas condições de saúde, de acordo com avaliação médica e capaz juridicamente e que concorda com a doação. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Os não parentes podem ser doadores somente com autorização judicial.
Os órgãos e tecidos que podem ser obtidos de um doador vivo são:
Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida. Doa-se um dos rins e tanto o doador quanto o transplantado podem levar uma vida perfeitamente normal;
Medula óssea: pode ser obtida por meio da aspiração óssea direta ou pela coleta de sangue;
Fígado ou pulmão: poderão ser doadas partes destes órgãos.
Além disso, existem alguns mitos e verdades sobre ser um doador de órgãos.
Para ser um doado não é necessário deixar nada por escrito. Além disso, a doação de órgãos beneficia muitas pessoas, pelo menos umas 10 que estão aguardando. Além disso, todas as pessoas podem ser consideradas potenciais doadoras, independente da idade ou histórico médico.
O que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que poderão ser doados é realizado por meio de uma avaliação do falecido por exames de imagem no momento da morte.
Poucos doadores
Infelizmente, o número de doadores ainda é pequeno, se comparado ao de pacientes à espera de doação. Vários fatores incidem sobre esse problema. A falta de informação talvez seja o maior dele, pois gera medos e incertezas.
O desconhecimento sobre os processos de doação e, por vezes, até crenças religiosas, são barreiras ao ato tão nobre. É sempre importante ressaltar, por exemplo, que o cadastro nacional de receptores segue uma ordem rígida, baseada na compatibilidade, não sofrendo influências externas – políticas ou econômicas.
Se você tem dúvidas se deve ou não se tornar um doador, faça o exercício de se colocar no lugar daquele que está precisando de um órgão. O transplante é decisivo na vida daquela pessoa, não é algo opcional. Doe órgãos e salve vidas!