Ter boas relações é fundamental para a nossa saúde física e mental. Manter amigos, familiares e vizinhos por perto traz, além de prazer, muitos benefícios para a saúde.
Há décadas a ciência vem estudando qual o impacto que o convívio social tem em nossa saúde física e mental. Vamos aprender um pouco mais sobre o assunto neste artigo.
Vamos lá!
O que são as relações sociais?
Existe um campo nas Ciências Humanas dedicados a estudar as relações humanas, a Sociologia. Nela as relações sociais são entendidas com o conjunto de interações entre indivíduos ou grupos sociais, seja em casa, na escola, na rua, no trabalho.
Elas representam as formas de interação que acontecem nos vários espaços de convivência social, e podem ocorrer de forma natural ou movidas por interesses individuais.
O “Efeito aldeia”
Este conceito foi proposto por Susan Pinker, psicóloga canadense, em seu livro The Village Effect: How Face-to-Face Contact Can Make Us Healthier and Happier (O efeito aldeia: como o contato presencial pode nos deixar mais saudáveis e felizes, em tradução livre), publicado no ano de 2014.
Nele a pesquisadora narra suas descobertas na viagem que fez a Ilha de Sardenha, na Itália. Lá há 10 vezes mais idosos com mais de cem anos do que a média da América do Norte.
Pinker constatou que a população era extremamente unidade e que os os idosos tinham uma posição de prestígio. Hoje ela advoga dizendo que devemos cultivar laços mais íntimos com as pessoas.
Mais estudos sobre os benefícios da interação para a saúde física e mental
Outro estudo que sustenta a tese sobre a importância dos nossos laços sociais é da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Desde o ano de 1938, pesquisadores acompanham milhares de voluntários para registar ao o que torna um indivíduo saudável ao longo da vida. Depois de 75 anos de observação, os pesquisadores constataram que, não o dinheiro ou fama, mas que são os relacionamentos que trazem felicidade às pessoas.
Eles ainda descobriram que os laços fortes de afeto ajudam a estender a expectativa de vida e desaceleram o declínio físico e cognitivo.
O outro lado da moeda
Em contrapartida, pessoas solitárias têm sua expectativa de vida diminuída. Segundo a Association for Psychological Science, em estudo publicado em 2015, os solitários tinham entre 26% e 33% a mais de risco de morrer nos próximos sete anos.
E em caso de isolamento social forçado (como a quarentena em virtude da Covid-19), nossa saúde física e mental pode ser tão abalada pela solidão quanto pelo consumo de álcool, cigarro e gordura.
Veja algumas doenças que podem se desenvolver:
Inflamação crônica
O sistema neuroendócrino geralmente libera substâncias inflamatórias como forma de preparar o sistema imunológico para um perigo iminente. No entanto, a solidão acelera e agrava o processo, contribuindo para oxidar as células e aumentar os riscos de desenvolver uma síndrome metabólica.
Isso também acarreta em riscos para o desenvolvimento do diabetes, câncer e até mesmo Alzheimer.
Envelhecimento precoce
O estresse acelera o encurtamento das “capas de proteção” das moléculas de DNA, envelhecendo as células mais rapidamente.
Perda da qualidade do sono
Com o isolamento social, o corpo libera níveis mais altos de cortisol ao longo do dia. Isso faz com que percamos a qualidade do sono, que é um fator fundamental para a produção de hormônios que o organismo precisa.
A importância do afeto
O sentimento de felicidade que sucede um momento de lazer em família, uma noite no bar com os amigos, é explicado por pela liberação de substâncias no cérebro, como a oxitocina, “o hormônio do amor”. Ela age como uma espécie de calmante e produz a sensação de conexão com aquelas pessoas.
Existe a hipótese de que as boas relações sociais são tão benéficas para a saúde física e mental por inibir o hipotálamo posterior. A zona é responsável pela secreção dos hormônios ligados ao estresse, aumento da pressão arterial e aceleração do ritmo cardíaco.
Ao mesmo tempo, quando estamos em contato com pessoas amadas, os níveis de endorfina, ligado ao prazer, aumentam. Assim como a produção de neurotrofinas, proteínas que estimulam o surgimento e a sobrevivência dos neurônios.
Colocando o “Efeito Aldeia” em prática
Pensando em colocar a teoria em prática? Confira algumas dicas para facilitar a conexão com as pessoas:
- Chame um amigo para almoçar pelo menos uma vez por semana;
- Não troque o ao vivo pela interação digital;
- Faça uma lista das pessoas que você tem o desejo de ver regularmente;
- Cultive relacionamentos no trabalho;
- Seja um bom ouvinte.
Viu como a as relações são importantes para a sua saúde física e mental? Não deixe essas interações para amanhã, comece a cultivá-las hoje mesmo.
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